domingo, 21 de fevereiro de 2010

DEUS E A CIÊNCIA

Uma palhinha para Deus

A campineira e pesquisadora da Nasa, Gladys Vieira Kober, junta filosofia, cosmologia e astrofísica em palestra sobre a existência de Deus, que ocorre na sexta-feira (27), na Igreja Presbiteriana Central de Campinas. Gladys vai abordar o porque aquele que era considerado o maior ateu do século 20 tornou-se um fiel devoto.

O filósofo inglês Antony Flew passou boa parte da vida (nasceu em 1923) publicando obras antiteístas e, em 2004, anunciou publicamente que mudava de lado - publicou livro com um título simples e direto, "Há um Deus" ("There is a God"). Aproveitando a biografia de Flew, Gladys mostra ainda como a ´alta` ciência chega a "uma inteligência por trás do Universo".

Ainda não conheceço a obra de Flew mas, além de curioso, fiquei pensando que ele percorreu um enorme caminho para chegar onde chegou: o mesmo lugar de um seu conterrâneo, o também filósofo e ensaísta Gilbert Keith Chesterton, que passou a vida sem qualquer dúvida sobre Deus e ainda deixou uma pedra fundamental na defesa da fé - o livro "Ortodoxia" teve edição comemorativa no Brasil, no ano passado, quando completou 100 anos da primeira publicação.

Chesterton viveu a onda positivista do final dos 1800 e início dos 1900, que queria (ainda quer) tirar Deus de tudo, principalmente da ciência. Imagino como seria um encontro dele, por exemplo, com Gladys ou o próprio Flew.

Chesterton era modernérrimo; conhecia a ciência de sua época e desdenhava das apirações a que se lançava. Em "Ortodoxia", o fiel soldado do invisível escreveu - em 1908 -, que o barulho "dos carros" das ruas de Londres era insuportável; é o primeiro manifesto contra a poluição urbana que conheço.

Gladys está entre as pessoas por trás da publicação no Brasil do livro "Mostre-me Deus - O que a mensagem do espaço nos diz a respeito de Deus, do jornalista dos Estados Unidos, Fred Heeren, que obteve algum sucesso naquele país.

De Chesterton: "É infrutífero falar da contraposição entre razão e a fé. A razão é ela mesma uma questão de fé. É um ato de fé asseverar que nossos pensamentos têm alguma relação com a realidade".


Por Aray Nabuco, 29/11/09, in.: eptv.globo.com/urblog

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