domingo, 26 de setembro de 2010

POLÍTICA E PORTINARI

O ano de 1945 é marcado pela derrota do nazi-fascismo e conseqüente fortalecimento das idéias democráticas. No Brasil, essas idéias produzem amplo movimento popular, que visa dois pontos básicos: anistia e eleições. A crise do Estado Novo é evidente.

O Partido Comunista Brasileiro (PCB), única organização que, mesmo na clandestinidade, se identificava com a resistência à ditadura e com as idéias libertárias, cataliza grande parte desse processo. Artistas e intelectuais aglutinam-se em torno de suas propostas transformadoras.
O PCB lança candidato próprio à presidência da República e, para a Assembléia Constituinte, reúne o maior número possível de nomes conhecidos e de prestígios.
É assim que Portinari, Jorge Amado, Caio Prado Júnior e outros integram suas chapas nos estados. As eleições realizam-se em dezembro, o PCB elege um senador – Luiz Carlos Prestes – e 14 deputados, entre os quais Jorge Amado; Portinari não é eleito.

Nas eleições de 1947, novamente candidato, concorrendo a uma cadeira no Senado, desde o início da apuração o nome de Portinari parece se afirmar. No entanto, não é eleito por pequena margem, o que põe em dúvida a lisura do pleito. Em maio o Tribunal Superior Eleitoral cancela o registro do PCB e o partido volta à clandestinidade.
O acirramento da perseguição aos comunistas leva Portinari a viajar para o Uruguai em exílio voluntário.
Em maio de 1951 é lançado o movimento de artistas ampla aos cidadãos presos ou perseguidos por "delito de opinião", entre os quais Portinari.
Portinari nunca se desligou do Partido Comunista, embora tenha se afastado da política partidária em seus últimos anos.

In.: www.casadeportinari.com.br